Paixão Fatal: uma trama ágil e com histórias de tirar o fôlego
Na sinopse, ou nas cenas iniciais, Paixão Fatal parece ser só mais uma daquelas histórias de revenge. Mas o @joaodavidalves consegue surpreender com a condução da história e nos presentei com capítulos incríveis e algumas cenas muito bem boladas. Para chegar à conclusão desta crítica, me deliciei com a leitura de 23 capítulos dos 60 que a web terá. Apesar de nesta altura ter apenas cinco capítulos postados, recorri ao arquivo de inscrição onde o autor enviou 35% dos capítulos. Acredito que fazer esta leitura antecipada acaba por contribuir com a divulgação da obra e digo mais: vale a pena esperar por cada capítulo desta web.
A princípio, me deparei com alguns diálogos artificiais como as cenas da Madá Villaça com a empregada ou o diálogo que pôs fim à sociedade do Saulo e o Ernesto. Destaco esta última cena citada porque não parece nada verossímil e não reflete o que seria um diálogo entre homens de negócios, mesmo que houvesse uma relação pessoal entre eles. No entanto, apesar da cena “estranha”, este é o gancho que faz a Marina se aproximar do Ernesto e se tornarem aliados quase que invencíveis contra um inimigo em comum: a família Villaça. O João David Alves constrói uma narrativa que dispensa descrições detalhadas de cenas e sentimentos dos personagens, mas a agilidade dos acontecimentos e capricho do autor tornando trama com muita fluidez.
Falando dos personagens, começo pela Marina, evidentemente a protagonista. O David a torna cativante. Marina é objetiva, direta e quem diria, incrivelmente sensível – com sua dor e demonstra preocupação com as pessoas que ama. Isto inclui se afastar deles já que está decidida no seu plano de vingança. Alguns personagens secundários também assumem papéis de destaque na trama. O casal Dante e Judith resgatam a temática do amor de forma tão simples e sincera que é impossível não torcer pelo casal. E como principal antagonista desta história, surge a Eva, mãe de Judith. Eva é inescrupulosa a ponto de colocar todos os seus interesses à frente da felicidade da filha, alinhando-se ao genro para tornar esta relação impossível. E por fim, a Lavínia, filha da emprega dos Villaça que protagoniza cenas cheias de deboche capazes de extrair daquela família o que eles tem de pior, um a um.
Sem exageros na quantidade de personagens, o enredo de Paixão Fatal passa pela vingança e acaba expondo atitudes nada puritanas de muitos personagens, em todos os núcleos, o que me remete positivamente ao livro Cruéis, vis e ordinários do Alcio Luiz Gomes. É inegável que a web tem suas particularidades e que o autor tem sabido explorar neste capítulos e o leitor pode esperar mais e mais desta história.
Texto maravilhoso. Só tenho a agradecer por fazer parte desse time.
Obrigadooo!